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ABERTURA DO PLANEJAMENTO 2018 – MANHÃ VIRTUOSA

9 fevereiro de 2018

Por Paulo de Tarso Rezende Ayub

Em consonância com o tema transversal a ser visibilizado nas agendas de diferentes formatos –  EDUCAÇÃO VIRTUOSA: alimentos do corpo, alimentos da alma –, a Escola celebrou o advento de mais um ano letivo e o retorno dos professores ao trabalho com uma manhã virtuosa, a título de abertura da semana de planejamento/2018 (na verdade, sempre um contínuo da formação em serviço).

Casa arrumada nos mínimos detalhes, mostra da consideração da Escola para com sua equipe de trabalho, que auxilia os gestores na sustentação do ideário educativo e na perseguição da educação de qualidade. Na área de entrada, a acolhida singela na forma de um poema expressivo de autoria de Guilherme de Almeida, como uma proposição sugestiva para o trabalho compartilhado e o estreitamento das relações humanas.

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Numa apropriação intencional do potencial da Copa do Mundo como evento agregador de diferentes nações, o já tradicional café da manhã de acolhida teve decoração e cardápio inspirados no país-sede de 2018. Cartazes espalhados pelas paredes com contextualizações sobre símbolos da cultura russa e mensagens afetivas dirigidas aos professores ao largo das mesas do Refeitório criaram um clima de apologia à diversidade e ao bom convívio, em contraponto à intolerância que vem impactando posições políticas e religiosas.

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Após os abraços e as conversas de praxe, em clima de partilha das vivências em tempos/entretempos do recesso escolar e das expectativas para mais um ano letivo de muito trabalho, a equipe de professores dirigiu-se ao Teatro Da Vinci para a continuidade da programação concebida para a manhã de retorno.

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A fala da Direção principiou por uma acolhida direcionada aos professores das terceiras séries do Ensino Médio, pela primeira vez presentes no encontro de abertura, e aproveitou o ensejo para trazer um panorama dos excelentes resultados alcançados pelos terceiranistas da Escola no ENEM/SISU e em vestibulares de diferentes formatos (instituições públicas e privadas), o que superou as expectativas pelo quantitativo de aprovados, pelas primeiras colocações conquistadas em diferentes cursos e ainda pelas pontuações expressivas dos candidatos nas provas de diferentes especialidades, inclusive Redação.

Na sequência, trouxe um panorama da crise no entorno e em particular no Estado (que, além do quadro de recessão nacional, sofre com a crise na Samarco e a seca) e da solidez do Da Vinci mesmo em contextos adversos, fruto da prospecção do mercado e do realinhamento de investimentos/dispêndios para manutenção do empreendimento, em termos de estrutura física e pedagógica. As obras de conservação/ampliação durante o recesso foram focadas mais nos bastidores e nas customizações, até porque a maior inovação no espaço físico em 2018 (a Bottega Leonardo) foi instalada em tempo-recorde durante o ano letivo de 2017, em mais uma demonstração de planejamento integrado ao cotidiano.

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Pignaton trouxe um alerta para a importância da educação como mecanismo transformador da realidade nacional, manchada por uma crise ética em diversos segmentos, notadamente na política, e por atuações corporativistas, em prol de interesses privativos. Daí a relevância de um trabalho de formação  de novas lideranças, pautado por virtudes/valores e pela consciência de coletividade.

A Diretora Pedagógica Maria Helena iniciou sua fala comparando os educadores-indivíduos a conceitos, por estarem ambos sempre em construção/transformação, e resgatou a importância de “roubarmos um tempo para nós” não só no planejamento mas em outros momentos de encontro/formação, na escuta do eu e do outro, pois o compartilhamento de percepções e vivências é um lequeaberto para que se aliem, no trabalho nosso do dia a dia, a competência necessária e o prazer alentador.

Como estímulo sensorial para se pensar na felicidade como experiência individual, mas só sentida de forma compartilhada, exibiu-se para os presentes uma tomada de momento cultural intimista vivenciado pela equipe do Da Vinci em recente viagem à Europa (apresentação do show “Alma capixaba” no Palácio da Foz, em Lisboa), tendo o professor Pedro de Alcântara como protagonista e muitos colegas de trabalho (junto com familiares e amigos) como espectadores/incentivadores, numa mostra da ampliação do local para o universal.

Citando Adélia Prado como referência do valor da educação com sentimento, Maria Helena trouxe ainda uma fala positiva sobre a formação/planejamento de forma integrada, numa tentativa de racionalizar o cronograma de trabalho, a condução do processo pedagógico em paralelo e a reunião de profisisonais/recursos em torno de centros de interesse. Respaldada na contribuição de Rui Canário para a ressignificação do ofício de educador (analista simbólico, profissional das relações e artesão dos sentidos), Maria Helena convidou sua equipe a continuar a reunir conhecimento e sentimento, pois só essa alquimia provoca o sabor do saber, em prol do bem-fazer, bem-ser e bem-estar, tudo sintetizado pela imagem do “vento que não bate às portas, mas que bate as portas'”.

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Após uma explanação rápida sobre a importância da agenda da Vinci como norteadora do tema transversal e da apropriação de sua intencionalidade por diferentes usuários, foi realizada uma mesa-redonda com professores de nossos quadros para trazer uma abordagem sobre valores/virtudes pautada na Literatura, Filosofia e História. A busca pelo autoconhecimento a o espírito de tolerância ocuparam a tônica das reflexões, mas também se ressaltou a necessidade de um aprofundamento em torno do tema, uma vez que se trata de construções sociais respaldadas por contextos históricos e critérios de hierarquização.

O trabalho pautado em virtudes não deve recair no risco da doutrinação e do moralismo, mas sim na apropriação de uma consciência crítica pautada pelo valor do conhecimento e pelo senso de justiça: aprender pela experiência individual, mas estar aberto para as contribuições do outro, priorizando a dialética sobre visões absolutas.

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Ao final dos trabalhos, como um alento para os sentidos, Victor Humberto e Andréa Ramos apresentaram para uma plateia atenta e participativa um show musical inspirado na cultura italiana, concebido para apregoar a ideia de cultura como valor agregador e a musicalidade como agregadora do conhecimento com sentimento, do pragmatismo com a poeticidade, da razão e da emoção que propiciam o diferencial do humano.

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