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Planejamento 2016 – um processo contínuo

5 fevereiro de 2016

Por Paulo de Tarso Rezende Ayub

Ano novo, vida nova. Esta máxima, proclamada na entrada do ano e relativizada à medida que a vida segue com suas permanências, não se aplica à dinâmica do Da Vinci. O que vale, em nossa Escola, é a ideia de “ano letivo novo, vida acadêmica continuada”. A parada para planejamento, que ocupou a última semana de trabalho em 2015 e se estenderá à primeira semana de 2016, é um respiro emocional para que compreendamos a perenidade de nosso ideário, à luz das manutenções e inovações que o sustentam. Em verdade, planejamos a todo o tempo, pois nada aqui funciona à base do improviso e de modismos.

A abertura oficial do ano letivo foi conduzida pelo diretor geral José Antonio Gorza Pignaton e teve lugar no Teatro Da Vinci (com a casa cheia), pois o antigo auditório em que aconteciam os encontros internos já não mais comporta os atuais quadros de pessoal e o anfiteatro passa por uma modernização em sua estrutura e equipamentos que será concluída até a recepção dos alunos pós-carnaval.

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No ambiente solene do teatro, mas em clima de colóquio, Pignaton deu-nos a conhecer o panorama das obras em curso na Escola, o que contempla a repaginação das salas de aula e dos vestiários; a adequação de instalações ao critério de acessibilidade; a construção de espaços para Informática Educacional no Infantil e Sala de Jogos no Fundamental e, como destaque, a ativação de um espaço ampliado para os funcionários das equipes de apoio, com ambientes reservados para pessoal dos diferentes setores. Em meio a tantos interferentes, alguns adiamentos e redirecionamentos no tocante à estrutura física. Bem apropriado para uma escola de horário integral, que concebe o espaço físico em conexão com o pedagógico-administrativo.

Foi feita uma menção reflexiva à premiação alcançada pelo Da Vinci na pesquisa “Marcas de Valor”, tendo a Escola alcançado o primeiro lugar na categoria ‘Escolas’ e, surpreendentemente, no quesito ‘Segmentos de Serviços’. Tratando-se de pesquisa não encomendada, com confiabilidade na colheita de dados e sistematização de resultados, as altas pontuações obtidas nos atributos avaliados (Atendimento ao Cliente, Infraestrutura, Credibilidade, Qualidade, Inovação) alcançam significação, sendo uma mostra de que andamos na contramão de algumas tendências dominantes neste país de desmandos e crises de valores. E de que somos premiados muito mais por buscarmos a coerência de princípios e a adequação entre preço e produto do que por investirmos em marketing na Mídia ou por respondermos às demandas do mercado e às exigências dos públicos-alvo aos quais atendemos.

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Buscando explicações para este fato (e contra fatos não há argumentos), Pignaton teceu um raciocínio inspirado ao ressaltar a diferença entre criatividade e inovação a que atribui o êxito educativo do Da Vinci – aquela centrada no indivíduo; esta na força das instituições e na coletividade. Com exemplos bem didáticos extraídos da indústria (a invenção do post it como resultante de uma experiência criativa inicialmente fracassada; o aprimoramento da dinâmica das asas de aeronaves com base na observação reflexiva sobre o voo dos urubus), houve uma demonstração de que o lampejo da criatividade não sustenta uma instituição, se não for alimentado pelo trabalho em equipe e experimentação (ensaios, erros e reconduções).

Se a criatividade é sinônimo de inspiração, inovação é fruto do trabalho em equipe e da reunião de pessoas que abraçam o propósito de fazer as coisas acontecerem. Assim pensando, eventos institucionais como o Chá das Avós, o Aprendendo a Ouvir e o Museu do Infantil já avançaram em muito em relação à ideia original, com o processo superando a invenção, a vivência superando a abstração. E isso se percebe cotidianamente no Da Vinci, em que mentes criativas coexistem com mentes produtivas e colaboradoras; e a autoria e responsabilização são compartilhadas.

Pignaton pontuou que a face mais visível desse processo está na consciência do Da Vinci como celeiro na formação de indivíduos inovadores, quer dizer, profissionais com a mente aberta, sensíveis às mudanças e dispostos ao trabalho de equipe, empreendedores e culturalizados; pessoas que fazem a diferença na vida sociocultural e no ambiente de trabalho, por buscarem a diferenciação em lugar da padronização.

Em um segundo momento, passou-se à já tradicional reflexão sobre a função da agenda e da carteirinha estudantil como documentos institucionais, ilustradores da trajetória da Escola; mote da perspectiva cultural e transversal do currículo. Em 2016, a Escola priorizou o trabalho de editoração sobre o de edição para trazer à tona a Educação Alimentar como sustento para o corpo e a alma. Para aguçar a dimensão afetiva do currículo, optou-se por uma perspectiva cultural mais voltada para o acessível do que para o erudito, além de se recorrer a abordagens específicas por segmento, em termos de centros de interesse e linguagem. As partes inicial e final da agenda foram concebidas como apêndices agregadores para os alunos de diferentes faixas etárias, contendo muitas ampliações culturais. Páginas visuais como espaço da criatividade e artesania caminham passo a passo com textos escritos que trazem uma dosagem entre científico e artístico, sensorial e pragmático. Tudo intencional e planejado em percurso.

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A manhã foi encerrada com a demonstração de que o tema transversal do ano já está no cerne de muitos eventos já planejados para 2016 (manifestações e gincanas culturais; projetos de trabalho e atividades de terceira nota; encontros entre Escola e Família, concursos de redação, etc.), bem como que o envolvimento e a colaboração de toda a equipe ainda se desdobrará em muitas iniciativas pedagógicas, culturais e educativas que converterão a criatividade de um tema gerador em inovação por processos e produtos.

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