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Momento afetivo Dia Internacional das Mulheres

19 março de 2015

Por Maíra Mendes Magela

O dia 8 de março é marcado pelo Dia Internacional da Mulher, data que deve ser lembrada e comemorada devido às lutas e realizações femininas ao longo da história.

Nesse sentido, ao longo do mês de fevereiro, durante as aulas de Língua Portuguesa, os alunos dos 9º anos desenvolveram atividades com a intenção de estudar os diversos papéis exercidos pelas mulheres na sociedade atual. Aspectos como a representatividade da mulher nos núcleos sociais bem como o intimismo feminino, discutidos por meio de textos tanto informativos quanto literários, ganharam os debates em sala de aula. Esse trabalho resultou na produção de textos afetivos destinados à figura feminina mais importante na vida dos nossos alunos: a Mãe.

Esses textos se tornaram o espaço ideal para o diálogo carinhoso e sincero entre mãe e filho. Diante disso, a fim de proporcionar um momento de convivência afetiva, as mães dos alunos dos 9ºs anos foram convidadas para contemplarem o painel afetivo montado com os textos escritos pelos seus filhos, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, no dia 10 de março, na Praça de Convivência do Da Vinci. Na oportunidade, cada aluno recebeu uma linda caixinha com doces personalizados para oferecer às mães, além de uma rosa. O momento foi marcado pela ternura e pelo tom de agradecimento.

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Confira abaixo a crônica intitulada “Mãe-Mulher”, escrita pela aluna Fernanda Meira de Barros, do 9º ano I1.

MÃE-MULHER

Mãe-Mulher, mãe; sinônimo de gravidez, dar a vida por um filho, carregá-lo por nove meses, ter o corpo transformado. Mulher; sinônimo de menstruação, cólica, TPM… Como sofre.  Sofre com palavras, pensamentos e atitudes. Sofre por amigos, namorados, maridos. Sofre ao passar noites acordadas se preocupando com quem não se preocupa com ela. Sofre, e muito, por acordar e não ter uma mensagem de “bom dia!” em seu celular. Sofre pelo que, mesmo morrendo de vontade, não pôde realizar.

Sofre por não ter mais forças para viver só para os outros. Sente saudade quando lembra de tudo que já viveu e do que apenas idealizou. Não é somente um aparelho reprodutor, abrigo para um filho que ainda não nasceu, mas sim uma fome enorme de sentimento, carinho, perdão, até mesmo, quando todos a sua volta erram. E, depois de um longo dia de trabalho, chega em casa, crente que vai descansar, relaxar e, finalmente, poder escolher o que, de fato, quer fazer.

Mas o contrário acontece: cozinha, lava a roupa e arruma a casa. Em alguma parte da vida, a mulher se sente como Ana, personagem do conto “Amor”, de Clarice Lispector, que passa a levar uma vida completamente diferente após ver um cego mascando chicletes. Um movimento repetitivo às escuras. Percebeu, então, que não estava mais vivendo como uma pessoa normal, e sim para seus filhos e seu marido, por isso não cuidando de si mesma. Acontece que o movimento do cego era tão repetitivo quanto sua vida. A personagem Ana conclui que, quando os filhos e o marido se tornam independentes, sentem a falta dos cuidados dela e, com isso, valorizam-na.

Um dia não é necessário para dar a devida importância a quem faz tudo por nós e àquela que nos entende pelo olhar, por ter um instinto inexplicável, sensível. Porém forte o suficiente para suportar todos seus problemas. Ela, que, desde o começo das civilizações, luta por seus direitos, é persistente e nunca desiste. E sabe por que não desiste? Porque é mulher. Como disse Martha Medeiros sobre a mulher, “a cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional…”.

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