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Currículo e Cultura: apresentação aos pais de Projetos Pedagógicos, por alunos do Fundamental I

6 dezembro de 2018

Por Maria Helena Salviato Biasutti Pignaton

Muito temos nos empenhado para oferecer aos estudantes um currículo que sustente a interação entre teoria e prática, de forma que absorvam conteúdos escolares como conhecimentos de vida, e que lhes possibilitem mudança de atitudes em caráter duradouro. Na compreensão de que muito do que é vivenciado escolarmente pode e deve ser transposto para fora da escola, os alunos vêm se apropriando dos conteúdos teóricos escolares, conjuntamente com práticas de “mão na massa”, reconhecendo em suas produções protótipos compatíveis com a realidade.

Nessa linha de pensamento, dando continuidade a um movimento iniciado com os terceiros anos em junho/2018 (montagem de exposição fotográfica aberta à comunidade), ao final de novembro foi a vez das turmas de segundo, quarto e quintos anos assumirem a “vez e a voz” de apresentarem suas produções concretas para as famílias, todas fundamentadas em conhecimentos teóricos aprofundados nas séries que frequentam.

No decorrer do ano letivo, os alunos dos segundos anos foram expostos a uma sequência didática instigante: entrevistas com avós e pais sobre memórias e vivências familiares; mostra de objetos representativos da primeira infância trazidos de casa; encontros intimistas com avós para conhecerem um pouco mais sobre costumes e tradições entre diferentes gerações; chá dos avós, para partilha de afetos e gostosuras nos tempos de ambos. Na síntese descrita, encontram-se os conteúdos escolares abordados no livro de Ciências Sociais, o que se converteu em aprendizagens significativas, pelas ampliações com a prática.

 

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Como as matérias escolares conversam entre si, da mesma forma como se aprende na escola instituição e escola da vida, os segundos anos também impregnaram de afeto suas aprendizagens em Língua Portuguesa. Memorizaram e musicalizaram poemas com que haviam convivido em sala de aula e projetos culturais; produziram versões autorais para “O  Patinho Feio feito em doce”, tendo como suporte visual  o livro criado por Elisabete Ribeiro. Assim, experimentaram em profundidade a função social da fala dramatizada, da escuta respeitosa e da escrita expressiva, apropriando-se do objeto de estudo como conteúdo cultural e afetivo.

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No tocante aos quartos anos, diferentes formas de ocupação dos espaços geográficos, construídos com suor e satisfação, estiveram expostos em maquetes, pautadas nos conhecimentos e habilidades dos alunos expositores. Durante o processo, houve confecção de croquis em grupos, seguida de apresentações explicativas para contextualizar cada produção e culminando com a escolha democrática do melhor formato a ser transposto para uma maquete por turma.  Além disso, considerando conteúdos histórico-geográficos explorados no livro de Ciências Sociais e aprofundados durante Viagem Acadêmica a Santa Teresa, os estudantes presentearam a plateia entoando com desenvoltura canções italianas de épocas passadas (mesmo ainda não sendo estudantes dessa Língua), retratando aprendizagens e percepções colhidas no processo de pesquisa e nas visitas de campo.

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Lobato e sua Literatura foram o mote das canções entoadas pelos alunos dos quintos anos, no âmbito do Teatro José Antonio Gorza Pignaton, para acolher as famílias presentes. Conhecedores em profundidade da obra infanto-juvenil de Lobato e de artigos sobre o autor no blog, e enriquecidos com aprendizagens múltiplas adquiridas durante a Viagem Acadêmica a Campos do Jordão/Taubaté e pela participação ativa em concurso cultural a ela acoplado, os alunos desta série transformaram-se em coautores do livro “Tramas em linguagem: Lobato revisitado”, tornado concreto sem ser previsto: evidência de que crianças valorizadas em suas potencialidades, expostas a um ambiente cultural propício, produzem o melhor que se possa planejar, mesmo sabendo que sua produção “não vale nota”.

Os mapas ilustrativos — nos quais os aspectos sociogeográficos das regiões brasileiras tornaram palpáveis aspectos complexos tais como densidade demográfica, relevo/hidrografia e potencialidades culturais e econômicas — reuniram de forma artesanal e customizada os conhecimentos adquiridos no âmbito das Ciências Sociais. Quanto os conteúdos livrescos dão conta de aparecer em protótipos concretizados, situações de aprendizagem significativa e resolução de problemas tornam-se transparentes no processo de construção.

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A culminância do evento, quando os trabalhos realizados pelos alunos em diferentes séries foram “contados   tim-tim-por-tim-tim” a seus pais e outros convidados, ao som da boa música executada por colegas do Ensino Médio, deve ser considerada, além de um exercício de cidadania e perspectiva cultural pela grandeza do conteúdo, como finalização de um ano escolar propiciador das habilidades emocionais da empatia, colaboração e criatividade que são, em verdade, o motor para a felicidade do conhecimento.

Os alunos expositores, cada um a seu modo e lançando mão de diferentes estratégias, surpreenderam os convidados com o domínio teórico, fundamento conceitual e vínculo afetivo demonstrados durante os lançamentos dos livros com direito a autógrafos e as visitas guiadas aos diferentes motivos de exposição, os quais se firmaram como portadores de texto mais verdadeiros do que quaisquer outros. Em lugar de aulas magnas conduzidas por especialistas, atividades práticas viabilizadas pelo protagonismo dos alunos, contando com a interlocução de Escola e Famílias como parceiros educativos.

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