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Monteiro Lobato e quintos anos do Da Vinci: um caminho de muitas veredas

21 outubro de 2013

por Katiane Malacarne e Paulo de Tarso

Quem não conhece os aventureiros Narizinho e Pedrinho, a sábia Dona Benta e a mestre-cuca Tia Nastácia, a espevitada Emília e o gabaritado Visconde, ou a tenebrosa Cuca? Esses personagens, concebidos pela mente criativa de Monteiro Lobato, um dos maiores nomes da Literatura Nacional, embalaram o imaginário de muitas gerações e também são tema de um projeto de Literatura com nossos alunos dos quintos anos, desdobrado em sucessivas etapas/atividades.

Além das aulas de leitura e contação de histórias, dos trabalhos de sistematização com blocos, da ciranda de livros e dos registros nas agendas literárias, a vida e obra de Monteiro Lobato servem de mote para a viagem acadêmica a Campos do Jordão/Taubaté, conhecida como a “viagem de formatura” na transição entre o Ensino Fundamental I e II.

No mês em curso, os alunos participaram de prazerosas competições culturais, aprofundando-se ainda mais no mundo encantado de Lobato e suas criações; e apropriando-se de suas obras como objeto de estudo e divulgação de saberes.

A primeira delas, baseada no livro da escritora Luciana Sandroni “Minhas memórias de Lobato”, consistiu numa gincana cultural, um jogo de perguntas e respostas que, mais do que uma disputa entre equipes, teve por finalidade envolver os alunos no universo literário, cultivando o gosto pela literatura, bem como fazê-los exercitar habilidades fundamentais para a vida, tais como a memorização (essência da leitura escolarizada), desenvoltura (o expressar-se diante de todos os colegas) e expressão oral (clareza e objetividade nas respostas).

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A gincana ocorreu no dia 07 de outubro e foram formadas três equipes competidoras, representadas pelas cores azul, vermelha e branca. Com o propósito de integrar os alunos e incentivar trocas culturais, cada equipe era composta por um misto de alunos das três turmas. A equipe vermelha foi a grande vencedora e a atividade, em seu todo, foi um desfile de interesses, curiosidades e conhecimentos. A obra estudada forma um amplo repertório nos alunos, que levam consigo para a viagem e para a vida toda.

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Outra dinâmica que movimentou os quintos anos foi o concurso cultural “O sítio no descobrimento”, baseado na obra homônima, de autoria da mesma autora, Luciana Sandroni, que inclusive esteve conosco ao início do segundo semestre para discorrer sobre sua obra e trajetória como literata, além de participar de uma tarde de autógrafos, num momento intimista e personalizado.

A obra de Sandroni traz elementos da cultura portuguesa, componente do “mosaico de etnias de impacto na formação do povo capixaba”, tema transversal na Escola em 2013.  Em função disso, foi proposto um desafio aos alunos para que, em dupla, produzissem criações artísticas com cenários ilustrativos (incluindo azulejos portugueses), poemas de livre formato relativos ao livro, nos quais registrassem suas impressões de leitura, e textos de natureza informativa-histórica alusivos aos motivos que hoje enfeitam uma área de circulação da escola, em substituição à réplica do teto da Capela Sistina.

O envolvimento dos alunos resultou num excelente nível de produções, trazendo desafios para a comissão julgadora selecionar os vencedores. Houve premiação (com medalhas) em três categorias: “Conexão entre Tela Artística e Texto Escrito”, “Texto Escrito” e “Tela Artística” e entrega de certificados a todos os participantes.

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Como critérios priorizados na premiação das telas artísticas estavam a criatividade no desenho central, o diferencial dos azulejos portugueses e qualidade estética (capricho, detalhe, traçado). Já os critérios dos textos escritos eram a coesão/coerência das ideias, a escolha apropriada de focos, e a busca de gêneros poéticos mais ousados.

A premiação aconteceu no dia 17 de outubro e todos estavam bastante ansiosos para conhecer os vencedores e ouvir as impressões dos avaliadores. Na cerimônia ao mesmo tempo solene e descontraída da divulgação do resultado, prevaleceu a meritocracia e a atribuição de função social aos trabalhos escolares.

RESULTADO DO CONCURSO CULTURAL

Categoria “Conexão entre Tela Artística e Texto Escrito”

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1º lugar Aitana Eler Lucas
João Alberto Da Victória Barcellos
5º B
2º lugar Katarine Roni Giuberti
Juliana de Freitas Fernandes
5º I-2
3º lugar Júlia de Andrade Santos
Loâni Rosa Cicatelli Silva
5º I-1

 

Categoria “Texto Escrito”

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1º lugar Bruna Toríbio Pimenta
Lívia Duarte Ramos
5º B
2º lugar João Victor Santos Maciel
Leonardo Verzola Alves
5º I-1
3º lugar Isabela Oliveira de Albuquerque
Mariana Faria Senra Duque
5º I-2

 

Categoria “Tela Artística”

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1º lugar Júlia Altoé Gama
Rebecca Frainer Miura Tendler
5º I-2
2º lugar Maria Eduarda Limonge Salemi
Mariana Pretti Moraes Marschall
5º B
3º lugar Luca Colodetti Carvalho
Enzo Antoniolli Tinoco
5º I-2

 

Ainda na categoria “Texto Escrito” os alunos do 5º B Giuliano Matteo Zucoloto Queiroz e Victor Samarone Simão de Andrade receberam Menção Honrosa.

Os alunos de quintos anos deixam mais um marco no memorial da escola: uma bela conexão de linguagens que resulta num mosaico de produções inspiradas. Parabenizamos a todos os participantes e vencedores pela motivação e pela qualidade do processo como um todo!

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Viagem Acadêmica do 5º ano

As obras utilizadas nas atividades acima têm servido de pré-leitura à viagem acadêmica a Campos do Jordão/Taubaté, que acontecerá de 22 a 25 de outubro, e durante a qual está programada uma visita à cidade em que Lobato nasceu e onde se localizam o Museu Pedagógico Monteiro Lobato, instalado na casa em que ele passou sua infância (em bom estado de preservação), e o Parque Municipal Vale do Itaim, com uma réplica do Sítio do Pica-pau Amarelo. Os locais de visitação detêm acervo com objetos pessoais, as primeiras edições dos livros do escritor, uma vasta biblioteca com obras de Lobato e de outros escritores, anexos para apresentações teatrais e vastas áreas verde, com jaqueiras e outras árvores frutíferas a enfeitar a paisagem. Os conhecimentos que os alunos constroem ao longo do ano letivo transparecem nos contatos com os monitores e nas referências leitoras que expressam a todo tempo.

Durante a viagem, a Escola promove uma cobertura fotográfica no site cujo objetivo é propiciar tranquilidade e segurança aos pais, ao acompanhar quase que presencialmente muitos momentos da viagem, e também valorizar a perspectiva cultural de que ela se reveste. No roteiro entregue aos alunos e suas famílias, consta a programação detalhada, cuja consulta auxiliará os pais a compreender melhor a sucessão de fotografias/atividades e a apreciar seus desdobramentos. No retorno dos alunos, compete-lhes produzir um diário de bordo para apresentar suas percepções sobre a viagem e ampliar o leque de conexões entre o programado e o vivido. A melhor forma de perceber a riqueza da experiência é ouvir atentamente quem dela participou, trazendo diferentes perspectivas e criando uma visão multifacetada.

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