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Praça da Convivência: interferente na paisagem escolar

22 junho de 2015

Por Maria Helena Salviato Biasutti Pignaton

Escola é, por concepção ou ofício, espaço de convivência. Dos horários de entrada/saída aos tempos do recreio, das salas de aula aos eventos, de excursões pedagógicas às viagens acadêmicas, de atividades esportivas às de imersão cultural, tudo passa pelas trocas entre os pares e pela expressão das diferenças individuais para configuração do coletivo.

Mas para além desta convivência alimentada no cotidiano, o Da Vinci converteu a área reservada ao acesso e circulação de pessoas em uma Praça de Convivência, um recanto de apelo ao mesmo tempo simbólico e intencional, no qual se aliam belezas naturais, projeto paisagístico e humanidades. As paisagens natural e modificada da Geografia em estado puro.

Este espaço físico único tem dado o que falar e apreciar. Árvores frutíferas frutificando-se em jabuticabas, pitangas, acerolas que adoçam o paladar; jardim vertical verdejante, mesmo diante do sol escaldante do verão prolongado; sapotizeiro em vias de se livrar do pulgão que o atacou; salgueiros viçosos que em breve darão sombra para os que debaixo de sua copa se abrigarem; jade (uma espécie de trepadeira) crescendo de vento em popa que, de tão linda quando florida,  cala o observador diante de sua magnitude.

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O viveiro também em plena manifestação de vida: faisões mudando a cor de suas penas e convivendo amigavelmente com diferentes espécies de aves. E um capítulo à parte: os peixinhos do aquário, encanto para as crianças e lástima para a Escola. Todo cuidado a eles dispensado, de sol a sol, não tem sido suficiente para vencer o inimigo: acometidos de um parasita africano combatido com todos os meios disponíveis, mas resistente e invasivo, nossos peixinhos vão contabilizando perdas e perdas.

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Para seus frequentadores assíduos, a Praça de Convivência tem servido a diferentes propósitos. Os clássicos jogos de xadrez e da velha propiciam boas partidas e pensamentos para os competidores interessados. As mesas e bancos oferecem um ambiente relaxante para conversas e lanches entre amigos e colegas. O incentivo à fala comunicativa e à observação participativa; a descoberta e o usufruto do bom e do belo. E ainda algumas possibilidades para explorar: piqueniques planejados, saraus poéticos, momentos de cantorias…

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Em suma, um ambiente concebido para instigar à relação harmônica entre vegetais, animais, humanos. Uma aprendizagem já constituída em muitos; em outros, ainda por se configurar. Mas, desde que ativada, a Praça da Convivência – seja nas frequências do dia, seja nos silenciamentos da noite – dá mostras de que o espaço físico pode compor muito bem a dimensão cultural-afetiva do currículo.

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