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Viagem Acadêmica a Santa Teresa: panorama revelador

15 setembro de 2016

Por Maria Helena Salviato Biasutti Pignaton

A Viagem Acadêmica dos alunos dos 4os anos a Santa Teresa, com intensa programação e muitas vivências, incorporou à vida de nossos jovenzinhos bagagens de aprendizagem e conhecimento.

Viajar sem os pais e junto dos colegas, sob cuidado de profissionais em educação e olhar de toda uma comunidade, a experiência primeira. Comportar-se adequadamente em locais públicos, com grande fluxo de pessoas, uma vitória. Andar pelas ruas da cidade visitando os casarios ou passear pelo jardim, apreciando ao vivo o que já conheciam por seus estudos para o concurso de cartões postais, um marco.

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No Museu Mello Leitão, pisando leve e silenciosamente, ouviram o canto dos pássaros, viram o voo bailarino dos beija-flores, interessaram-se pelos animais taxidermizados. Na Igreja Matriz e em outras igrejas, capelas e oratórios, vislumbraram a hierarquia das casas religiosas e a riqueza de seu acervo cultural. E, assim como se encantaram com a restauração da Capela Lambert por alunos do Da Vinci, inquietaram-se com a negligência de substituir pisos de ladrilhos hidráulicos intactos por materiais modernos ou com o descarte de pinturas artísticas, à revelia da comunidade.

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Em paradas no Obelisco do Vale do Canaã ou no pátio da Igreja Matriz, a indignação com a ação dos vândalos e o descaso de governos e sociedade. E nos cemitérios, uma aprendizagem à parte: a cronologia histórica da população do lugar e o reconhecimento da necessidade de melhores projeções dos arquitetos para propiciar o cuidado com os que já nos deixaram e a segurança dos que visitam seus entes queridos.

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Pelo segundo ano, mudanças na paisagem em função de efeitos climáticos: videiras já sem cachos ou baixa das águas na nascente do Timbuí ou na cachoeira do Country Club escancaram a problemática da falta d’água, ainda pouco sentida na pele pelos alunos em seu cotidiano. Em contato com a flora, conheceram como “nascem” as orquídeas e surpresaram-se pela semelhança com a fecundação humana, sem ainda perceber idealmente a profissionalização como porta de entrada para o crescimento econômico.

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Na Fiore Laticínio e Claid’s biscoiteria, aulas  de empreendedorismo: mesmo sem ainda alcançar os impactos para a economia local, encantaram-se ao dar leite aos bezerros, confeccionar biscoitos, fazer compras autônomas. Aprendizagens provisórias que servirão, em futuro próximo, de âncora para transposição de conhecimentos.

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E a visita inaugural ao Memorial do Cedro, um novo capítulo da cidade que merece até abordagem à parte, em outra matéria.

O último dia da Viagem Acadêmica na casa de campo do Leonardo da Vinci: momento ansiado por todos. De início, o Coral do Circolo Trentino que gentilmente, há mais de 15 anos (sob a batuta do Sr. Angelo Zurlo), apresenta-se para nós cantando músicas de tradição possivelmente pouco cantadas na região do Trento atualmente, a não ser em datas comemorativas. A interação das crianças foi bonita: fizeram eco à cantoria e juntos, de pé, cantaram e dançaram “La Bella Polenta”, num verdadeiro encontro de gerações.

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Em seguida ao coral, oficinas praticadas pelas crianças/alunos, in loco e in natura. Plantaram mudas, prepararam temperos, ouviram histórias que mexeram com seu imaginário, apropriaram-se da horta, pomar e jardim pelo toque, visão e olfato, fizeram macarrão e conheceram a ordem das edificações, com a mescla entre estético e funcional que descortina a história da família.

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As refeições dos dias de viagem também trouxeram experiências diversificadas: pizza, self-service, jantar elaborado à base de gastronomia italiana (nos pratos e no apreciar da comida), com direito até a noite musicada pelo tenor Eduardo Santa Clara, acompanhado pelo violão de Victor Humberto Biasutti e com repertório (como não poderia deixar de ser) de músicas italianas.

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Alunos/professores e agentes locais construíram três dias de muito crescimento para todos – à base de convivências, aprendizagens, trocas. Aos pais, cabe-nos agradecer pela confiança depositada em nosso trabalho e à cidade de Santa Teresa, pelo acolhimento físico e humano que faz desta Viagem um tesouro inestimável.

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